Norberto Nicola Brasileira, 1930-2007

Biografia

Norberto Nicola (1930–2007) revolucionou a tapeçaria no Brasil, afirmando seu status de linguagem artística autônoma. Em 1959, ele cofundou a oficina Douchez-Nicola com Jacques Douchez, iniciando pesquisas que integram a tapeçaria à arte contemporânea. Um momento chave de sua carreira ocorre em 1965, quando conheceu Magdalena Abakanowicz na 8a Bienal de São Paulo. Inspirado por seus Abakans, Nicola publicou o manifesto Formas Tecidas (1969) e exibiu na Galeria Documenta, introduzindo o conceito de tapete-objeto—obras têxteis tridimensionais que vão além da forma plana tradicional.

Suas tapeçarias entrelaçam fios, lã e crina de cavalo, revelando texturas e espaços dinâmicos. Seu trabalho oscila entre a abstração geométrica, inspirada em Samson Flexor, e a fluidez orgânica que lembra Anni Albers e Roberto Burle Marx. Ciranda (2002) evoca um movimento circular lúdico, enquanto Xamã (1997) se refere às tradições xamânicas por suas formas táteis e esculturais.

Além de sua criação, Nicola defendeu a tapeçaria no Brasil. Ele foi o primeiro a expor uma obra têxtil na Bienal de São Paulo (1963) e organizou grandes exposições, como a Primeira Exposição de Tapeçaria Brasileira (1974) e a Trienal de Tapeçaria (1976). Seu compromisso com o tear e sua exploração das culturas materiais marcam de forma duradoura a história da arte brasileira.

Obras